Exportações da China têm alta inesperada, mas economistas alertam para fraqueza à frente
As exportações da China tiveram um aumento inesperado de 14,8% em março em relação ao mesmo período do ano anterior. A notícia interrompeu cinco meses consecutivos de quedas, mas economistas alertam que a melhora pode estar relacionada ao fato de fornecedores estarem recuperando encomendas atrasadas causadas pela pandemia do coronavírus em 2020.
Os analistas também observam que as perspectivas para a demanda global continuam fracas e que o salto nas exportações pode ser uma consequência da pressa dos exportadores em atender a uma carteira de pedidos afetada pela pandemia nos últimos meses. Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management, diz que “é improvável que o crescimento forte das exportações se sustente, dadas as fracas perspectivas macro globais”.
Enquanto isso, as importações caíram apenas 1,4%, contra uma previsão de queda de 5,0%, com economistas apontando uma aceleração na compra de produtos agrícolas, especialmente soja. Os aumentos nas importações de petróleo bruto, minério de ferro e soja no mês foram compensados por uma queda nas importações de cobre.
Embora o porta-voz da Administração Geral das Alfândegas, Lv Daliang, atribua a surpresa da alta das exportações à força na demanda por veículos elétricos, produtos solares e baterias de lítio, ele alerta que as condições podem piorar daqui para frente. “O ambiente externo ainda é grave e complicado no momento”, disse Lv a repórteres em Pequim na quinta-feira. “A demanda externa lenta e os fatores geopolíticos trarão maiores desafios para o desenvolvimento comercial da China”, acrescentou.
Portanto, embora haja um aumento inesperado nas exportações da China, os economistas alertam que a recuperação pode ser temporária e que as perspectivas para a demanda global continuam fracas. A pandemia ainda afeta o cenário global e os fatores geopolíticos podem trazer maiores desafios para o desenvolvimento comercial da China.