A ameaça aos gigantes do transporte de contêineres
Recentemente, as principais companhias de navegação, incluindo os gigantes do transporte de contêineres, têm evitado trafegar pela rota tradicional que passa pelo Mar Vermelho, no Oriente Médio. Isso ocorre devido aos ataques realizados pelos rebeldes apoiados pelo Irã na região. Os rebeldes estão em guerra com a Arábia Saudita há alguns anos e começaram a atacar embarcações que passam pelo Mar Vermelho como uma resposta coordenada à guerra em Gaza entre Israel e o Hamas.
A situação no Mar Vermelho
Os rebeldes têm atacado navios americanos e até mesmo o território israelense, além de terem sequestrado um cargueiro próximo à costa do Iêmen em novembro. Atualmente, esses rebeldes dominam um dos principais gargalos para a navegação que conecta a Europa com a Ásia, conhecido como Estreito de Bab-el-Mandeb. Essa rota é essencial para o comércio mundial, pois 12% do comércio passa por essa área.
O impacto nos principais portos europeus
O desvio da rota pelo Mar Vermelho tem gerado um aumento significativo na distância e no tempo de viagem entre os principais portos europeus e o Oceano Índico ou a Ásia. Agora, as embarcações precisam contornar todo o continente africano, o que resulta em um aumento de quase 40% na distância e um atraso de até duas semanas no prazo de entrega. Por exemplo, para ir de Roterdã, um importante porto no norte da Europa, até Singapura, outro destino clássico, é preciso contornar o continente africano.
A decisão da British Petroleum
A British Petroleum, por exemplo, já parou de utilizar a rota pelo Mar Vermelho devido às condições de segurança, o que fez com que o preço do barril de petróleo subisse 5%. Os Estados Unidos montaram uma força-tarefa naval na região para interceptar os mísseis e drones disparados pelos rebeldes. No entanto, é importante destacar que os países da região não querem se associar ao esforço militar americano, principalmente o Bahrein, que concordou em participar da força-tarefa.