O estudo “Mulheres no Comércio Exterior, Uma Análise para o Brasil” foi lançado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira (6/4), e apresentou resultados importantes sobre a participação feminina no setor. De acordo com o estudo, em 2019, 2,6 milhões dos empregos nas empresas que atuam no comércio exterior foram ocupados por mulheres, o que representa 32,5% do total de empregos nessas empresas. Esse dado demonstra que as mulheres já estão presentes no mercado de comércio exterior, porém, há ainda espaço para maior participação e valorização da mão de obra feminina. O estudo ainda destaca que as empresas que participam do comércio exterior pagam, em média, salários melhores para mulheres e homens em comparação com as empresas que atuam apenas no mercado interno. No entanto, apesar dessa constatação, a defasagem salarial entre homens e mulheres persiste no setor. Nas empresas da indústria de transformação que exportam ou importam, por exemplo, a diferença salarial é de 28,4%. O setor agropecuário e a indústria extrativa apresentam maior participação feminina entre as empresas que exportam ou importam, com 22,6% e 13%, respectivamente. Por outro lado, as empresas da indústria de transformação que operam no comércio exterior empregam menos mulheres, com 28%, em comparação às que não comercializam com o exterior, com 32,8% de mão de obra feminina. O estudo ainda apontou que as mulheres estão mais presentes nas empresas que exportam produtos de maior valor agregado e que têm como destino países de maior renda. Além disso, foi constatado que apenas 14% das empresas exportadoras pertencem, em sua maior parte, a mulheres. Isso indica que há espaço para maior participação feminina no empreendedorismo no setor de comércio exterior. Embora o estudo traga dados relevantes, ele também mostra que as empresas pertencentes a mulheres enfrentam mais barreiras no exterior em razão dos setores em que se concentram. Essa dificuldade pode ser superada com políticas públicas direcionadas, como destacou Tatiana Prazeres, Secretária de Comércio Exterior, que coordenou o estudo. Ela afirmou que “ao identificar oportunidades para que mais mulheres se beneficiem do comércio exterior, o governo pode desenvolver políticas direcionadas a esse fim, promovendo crescimento inclusivo e maximizando os resultados das políticas públicas”. O estudo coloca o Brasil na vanguarda da produção de conhecimento sobre o papel das mulheres no comércio exterior, e, segundo o ministro Geraldo Alckmin, é de extrema importância para identificar e corrigir distorções, além de promover políticas mais inclusivas na área. A partir dos resultados apresentados, o governo pode desenvolver ações que promovam o aumento de renda e gerem melhores oportunidades para as mulheres, tornando o setor mais diverso e inclusivo.
Fonte: MDIC